O objetivo de uma entrevista forense é obter uma declaração de uma criança que possa ter sido vítima de abuso. A entrevista é conduzida de uma forma sensível ao desenvolvimento, imparcial e que procura a verdade, de modo a apoiar a tomada de decisões exactas e justas nos sistemas de justiça criminal e de proteção da criança.
Através de uma série de perguntas não directivas, o entrevistador avalia as capacidades de desenvolvimento, emocionais e de comunicação da criança. A entrevista é conduzida a um nível consistente com as capacidades de desenvolvimento da criança.
Três objectivos do interrogatório forense:
-
Minimizar o trauma da investigação para a criança.
Como a criança tem de falar com estranhos e pode descrever pormenores extensos, a investigação pode ser perturbadora. O trauma é minimizado diminuindo o número de vezes que a criança é entrevistada e providenciando um entrevistador sensível e conhecedor.
-
Manter a integridade do processo de inquérito.
O objetivo da entrevista forense é fornecer informações para a tomada de decisões em três áreas: proteção da criança, aplicação da lei e serviços de apoio. Por conseguinte, as informações recolhidas são sensíveis à forma de interrogatório admissível em cada domínio.
-
Para minimizar a contaminação da memória da criança sobre o(s) acontecimento(s).
O entrevistador utiliza técnicas que permitem obter informações correctas e evita perguntas que possam induzir, influenciar, alterar ou contaminar a memória da criança sobre o(s) acontecimento(s).
O Multi-
Equipa disciplinar:
Se necessário, representantes das entidades responsáveis pela investigação de alegações de abuso de crianças observam a entrevista, conduzida por um especialista em entrevistas forenses a crianças, em circuito fechado de televisão. Representantes das entidades responsáveis pela investigação de alegações de abuso de crianças observam a entrevista, conduzida por um entrevistador forense de crianças, a ser observada pela equipa de investigação numa sala diferente, em circuito fechado de televisão. Estes representantes incluem: a polícia local e/ou estatal, um defensor da vítima do Ministério Público, um assistente do Ministério Público e um enfermeiro pediátrico do Departamento de Saúde Mental. Em alguns casos, pode haver um investigador do Departamento de Crianças e Famílias, da Comissão de Proteção de Pessoas com Deficiência, do FBI ou do HIS.
Formação e qualificações dos entrevistadores forenses:
Os entrevistadores forenses devem ter, no mínimo, um diploma de bacharelato no domínio dos serviços humanos, da justiça penal ou do direito. Têm vários anos de experiência de trabalho com crianças e adolescentes vítimas de abuso. Os entrevistadores forenses são especialmente treinados e têm experiência em falar com crianças sobre temas difíceis sem causar mais traumas. São submetidos a uma formação extensa e contínua para poderem recolher informações junto das crianças de uma forma neutra e apuradora de factos, que seja também adequada do ponto de vista do desenvolvimento e da cultura e que seja juridicamente correcta. Os entrevistadores forenses devem ter, no mínimo, um diploma de bacharelato em serviço social, psicologia, serviços humanos, justiça penal ou numa área relacionada.
Os novos entrevistadores são submetidos a uma formação intensiva e a um processo contínuo de avaliação pelos pares.